quinta-feira, fevereiro 06, 2020

DEPOIS DA MONARQUIA SE FOSSE ATÈ NEM ERA MAU. Era oriundo de famílias aristocráticas e descendente de flamengos. O pai deixou de lhe pagar os estudos e deserdou-o. Trabalhou, dando lições de inglês para poder continuar o curso. Formou-se em Direito. Foi advogado, professor, escritor, político e deputado. Foi também vereador da Câmara Municipal de Lisboa. Foi reitor da Universidade de Coimbra. Foi Procurador-Geral da República. Passou cinquenta anos da sua vida a defender uma sociedade mais justa. Com 71 anos foi eleito Presidente da República. Disse na tomada de posse: "Estou aqui para servir o país. Seria incapaz de alguma vez me servir dele..." Recusou viver no Palácio de Belém, tendo escolhido uma modesta casa anexa a este. Pagou a renda da residência oficial e todo mobiliário do seu bolso. Recusou ajudas de custo, prescindiu do dinheiro para transportes, não quis secretário, nem protocolo e nem sequer Conselho de Estado. Foi aconselhado a comprar um automóvel para as deslocações, mas fez questão de o pagar também do seu bolso. Este SENHOR era Manuel de Arriaga e foi o primeiro Presidente da República Portuguesa. Pena ter-se extinguido esta espécie!...
Professores Jan 2015 Um professor, seja ele de que área for, não pode dar erros gramaticais ou ortográficos, mas o mais grave é escrever com omissão de letras nas palavras por pura ignorância. Eu acho que com o advento das novas tecnologias os erros ortográficos são desculpáveis nos registos "conversacionais" nos sites de "índole social" (nem sei bem o que isso é). Nunca me posicionei acerca das provas a professores nas questões relacionadas com a sua continuidade na profissão, mas achei sempre estranho que se colocassem contra provas de avaliação profissionais, já que essas provas serão muito mais justas do que um profissional ser avaliado por outro individuo, ou por um conjunto de indivíduos, são demais os casos em que as avaliações (principalmente no sector profissional privado) trazem à tona questões pessoais e muitas vezes profissionais altamente qualificados para as tarefas que lhe estão adstritas são colocados na prateleira porque um ou mais dos avaliadores não gosta da pessoa. A notícia do chumbo duma percentagem elevado de professores colocou-me a duvida acerca da necessidade da tão badalada prova. Há uns meses atrás, li aqui, precisamente pelo teclado dum professor a seguinte frase (apresento incompleta) " ..."à uns meses atrás"..., coloquei numa mensagem privada o reparo como chamada de atenção a uma distracção e recebi a seguinte resposta - "metace na sua vida". Fiquei espantado com a resposta e desculpei o "metace" porque pensei que o estado de espírito da pessoa em questão não seria o melhor. Passado uns dias reparei que a pessoa em questão já não fazia parte das minhas amizades. Ser burro, tem desculpa.

A KATAR

A simples condição de haver uma deputada negra de nacionalidade portuguesa e naturalidade estrangeira não seria nada demais, seria se com naturalidade assumisse essa condição. A Katar é o oposto, mal educada, um profundo desconhecimento da história de Portugal , um profundo desrespeito pela sua nacionalidade porque com frequência confunde naturalidade com nacionalidade. Uma vergonha para todos os negros que nos dão a honra de serem dos nossos.
Está a me fazer especial confusão onde vai a esquerda mais radical buscar argumentos que justifiquem tanto fechar de olhos. BE e PCP aprovarem o que sempre refutaram é incompreensível. ""O Orçamento do Estado para o ano 2020 é um mecanismo através do qual, de forma encapotada, o Estado canaliza os recursos de todos para os maiores grupos económicos." O Orçamento de 2020 é uma espécie de Robin dos Bosque ao contrário: tira aos pobres para dar aos ricos. Só não entendo porque a dita "Esquerda" o aprova."" Paulo Morais in fb
Há pouco escrevi no FACEBOOK que a justiça em Portugal estava entregue a mal-feitores mas logo a seguir tive um sentimento de arrependimento que me obrigou a fazer uma retrospectiva sobre o que me levou a ter a vontade de dizer o que disse. Logo percebi que não tinha que me arrepender. A objecção por parte das entidade judiciais a investigar politicos foi o culminar. A imunidade de que gozam pessoas que notoriamente são corruptos, mal intencionados, prepotentes, até vigaristas e etc, leva-me a dizer que todos fazem parte da mesma "pandilha" e lamentavelmente leva-me também a pensar que o que esteve mal no 25 de Abril foi o cravo, daquele cano devia ter saído uma bala e não entrado uma flor. Fosse isso e as coisas seriam outras. Hoje honrosamente dizemos que somos um povo pacifico, honra essa que nos leva a viver num estado legalmente corrupto, onde a vigarice é presenteada com esquecimento, veja-se o caso dos banqueiros com ligações indecentes a politicos e onde os politicos legislam em seu beneficio criando um estado paralelo e um classe à parte, "OS INTOCÁVEIS". A justiça, que apaparica os politicos num "pandam" indecente e vergonhoso faz parte do sistema de corrupção aceitando que a imunidade dos politicos seja criada por eles próprios. Se um dia o povo se levantar e for para a rua sem cravos na mão dirão cobras e lagartos.

sábado, abril 27, 2019

Sexta-feira, Junho 19, 2009

Desopinação

Ultimamente tenho-me dedicado às leituras obtusas, deambulo pela net numa tentativa incessante de achar o óptimo. Doem-me os rins, torço-me sem saber exactamente se é da leitura se é dos rins. Que raio de tentativa de analogia mal conseguida. Já achei coisas de leitura "espasmódica", sabem o que é? É aquela leitura de que não estamos à espera e se revela uma notável descoberta. Mas também tive o prazer de ler as maiores merdas que imaginar se pode. Em Lagos, no pasquim oficial da cidade, podemos ter esse prazer, ler idiotices sem nexo, até doer a barriga de tanto rir e os rins, claro!
Acho piada ao ler certos artigos de autores ressabiados consigo próprios. Escrevem mas na normalidade não dizem nada, não deixam, contudo, de estar convencidos do contrário. Deambulam por um imaginário DANTESCO. Fico perplexo, afogado em pensamentos de comiseração. Leio auto elogios repletos de intelectualidade bacoca, roçando repetidamente a imbecilidade. Usam palavreado que só eles entendem, termos "dicionarescos", palavras difíceis até de contextualizar e terminam os textos, invariavelmente, com analogias grotescas, disparatadas que só servem a um imaginário brutal de ignorância e falta de respeito por quem se dedica a lê-los. Eu leio-os, claro que sim, se não lesse como raio é que eu podia ter este ar comiserado e impoluto?
Após scriptum ou lá como raio se diz isso:
Há pouco, pelo telefone, uma amiga dizia-me:
- " Oh pá, atão tu criticas os outros cabrões que escrevem coisas que não entendes e usas um palavreado caro que ninguém entende"? Disse-me ela, ou perguntou, sei lá. Respondi com a maior das naturalidades que não concordava e que até me tinha sabido bem ir escrevinhando ao som do pensamento, mas decido vir reler. Deparo-me com uma escrita claustrofóbica, muito plagiativa no sentido citativo, horrível, mas deliciosamente intersubjectivante. Cum caraças, será que aqueles gajos não me veem aqui ler e aprendem alguma coisita? Adorei esta merda e não a vou mudar nada.

sexta-feira, abril 26, 2019

Voltar a escrever com alguma frequência sem entrar em longos monólogos sobre a vida politica nacional, muito menos regional e nem pensar em me abalançar a falar sobre a local, é uma intenção minha que aqui começa a ter algum corpo. Não é politicamente correto falar sobre a politica, nem sequer é bom porque passados uns anos relemos o que escfevemos e deparamo-nos com algo pouco agradável. Hoje leio o que escrevi há uns anos e fico perdido no tempo. Procuro alinhar o sentido de um texto com uma foto e não con sigo. Um amigo dizia-me há uns dias que juntar a escrita à fotografia obriga a seguir uma linha que se une precisamente no ponto em que se separa a escrita da fotografia. Não entendi esta ideia por nem sequer conseguir colocar a realidade a par da ficção. Hoje ao escrever alinhando a escrita com a fotografia deparo-me com a inutilidade da vontade nem sequer tem sentido tentar escrever sobre uma fotografia. Não percebo a necessidade de juntar numa só linha de pensamento as duas ideias. A escrita e a fotografia. Não quero mesmo. Elas não precisam, sequer, de se complementar, precisam, isso sim, de alguma coerência ainda que separadamente e cada qual para seu lado. Será que a isto se chama liberdade? Não sei, mas sei que sabe bem ter esta liberdade e não me importar de asneirar. 
A fotografia, para mim, nunca foi um condicionalismo estético de apresentação obrigatória. Sempre a vi como uma critica interna de movimentação entre os meus "gostos" por entre as diversas áreas que me interessavam registar. A monumentalidade arquitectónica interessou-me desde os primórdios do click mas sempre nos aspectos menos apreciados pela generalidade dos fotógrafos. Quando eu ia para a rua fotografar interessava-me "retratar" o quotidiano dos lugares e pouco a grande monumentalidade. Muitas vezes olhava para os edifícios históricos e ficava meio sem jeito e a não perceber porque ponta começar, no entanto um vaso de flores colocado meio tordo numa janela a cair de podre era motivo para eu "gastar" um rolo. Coisas, vá-se lá explicar.

segunda-feira, abril 01, 2019

Junho de 2005

Lagos Anos 60 - Lapa, Bravo, Palolo e Cutileiro

Fui á exposição dos "quatro magníficos", Bravo, Lapa, Palolo e Cutileiro.

O Bravo. Descrever o Bravo está de facto fora dos meus projectos literários. É uma figura de tal riqueza humana que eu não teria palavras para o descrever. Recordo-me das inúmeras tardes no Snack-bar abrigo em que ia chegando um e outro, adolescentes e não adolescentes e todos tinham uma palavra para o Bravo. Sempre vestido em tons de castanho com umas calças de ganga, recordo-me. Sempre com uma palavra de entendimento para os problemas que partilhávamos com ele. Sempre uma história para contar. Por muito que Lagos faça numca o engrandecerá tanto como ele nos engrandeceu a nós. Os amigos dele. Um dia chegou ao pé de mim e disse-me para eu ir lá a casa com a Zézinha. Eu tinha-lhe feito umas esquadrias para as telas. Era um quadro que nos queria oferecer por ter sentido que a Zezinha tinha ficado apaixonado por ele. Há tempos esteve em minha casa um negociante que me ofereceu uma quantia de arregalar os olhos. A zézinha nem lhe olhou para a cara. E eu continuo com a minha sala “abrilhantada” com um Bravo, e continuarei. Por muito dinheiro que me ofereçam. O Bravo é uma recordação de que eu preciso.

O Lapa. Foi meu professor, ele e a Lena, mas as recordações são vagas. Nunca apreciei muito a sua pintura, apesar de adorar as recordações das suas prelecções sobre arte, e não só. Depois que ele se mudou para o Porto nunca mais o vi. Mas tenho pena porque sempre achei que era alguém cuja inteligência estava deslocada do tempo em que vivia. Gostei de rever alguns dos quadros que lhe decoravam a casa em Lagos. Gostei principalmente de ver um que me fez recordar o tempo do Golégio na Rua da Igraja de S. Sebastião.

O Cutileiro. Não é arte que me desperte a atenção, também é pessoa que não me faz deslocar a lado nenhum para ver a sua obra. Será pelo que lhe ouvi dizer acerca de Lagos numa entrevista que lhe fizeram poucos anos depois de se ter mudado para Évora? Não sei, mas apesar de ter privado com eles umas quantas vezes, na casa dele nas freiras, apesar de achar que ele é, ou era, muito melhor fotografo que escultor, não é pessoa de quem goste, muito menos da sua obra.

O Palolo. Conheço-lhe serigrafias com qualidade, de resto mais nada. E não tenho pena, pelo que vi e na busca que fiz na net, fiquei convencido.

HÁ SEMPRE UM DIA ASSIM
Há sempre um dia em que o sol nasce
Há um dia em que o mar invade a terra
Há sempre um dia assim
Há sementes de luz
Há sementes de sol
Há luz num dia assim
Há sementes de paz
Há tranquilidade num dia assim 
Há relações interessantes e tranquilas
Há sempre uma assim
Há gerações opostas e interpostas
Há relações que se descrevem
Há outras que não
Há gente
Há pessoas
Há paz num dia assim
Há mar e mar
Há estar
Há sol e ir
Há voltar
Há ter e haver
Há querer e ser querido
Há dar e receber
Há isso aí num dia assim 
Há uma flor que não se dá nem se vê
Há uma flor que está aí
Há um pensamento que se tem mas não se diz
Há sempre um dia assim!

domingo, março 31, 2019


      O sabor da escrita - 2003

Quando há uns anos comprei um livro de crónicas de um famoso cronista espanhol que assinava uma coluna semanal numa revista de Madrid, entretanto desaparecida, julguei que tinha feito mal e era mais um daqueles livros que compramos e acabamos por não ler.

Enganei-me, devorei-o e ainda hoje pego nele para reler algumas das crónicas mais interessantemente intemporais. Desde então, são incontáveis as crónicas que têm feito as minhas deliciosas noites de leitura, uma mão na cabeça, a outra a agarrar o livro, o cheiro forte dos cigarros que me vão consumindo, foi a formula que achei óptima para rejeitar um aparelho que, de desilusão em desilusão, tenho, felizmente, abandonado, a TV.

De tempos a tempos e desde então não mais deixei de comprar compilações de crónicas. Alguns destes livros até os leio ao longo de muitos meses, talvez até anos. O interessante neste tipo de trabalhos é a despreocupação de que o livro tenha partes precisas de leitura, obrigatoriedade que não nos permite deitar o dedo ao livro e abri-lo onde muito bem nos apetecer. Não, (!) com estes podemos ler do fim para o princípio, do meio para onde quisermos, ou de onde nos apetecer. Ler todas as crónicas, ler só algumas, ler partes abandonando as que não nos interessam sem que com isso o livro deixe de ser interessante. No fundo, são livros que nunca acabamos de ler.

Um dos cronistas que ocupa os meus momentos de leitura nestes últimos dias é Miguel Sousa Tavares. Já tenho dito cobras e lagartos deste Escritor, Cronista, Comentador e mais não sei o quê, além de Advogado, até já lhe escrevi não tendo obtido qualquer resposta, mas tenho, de facto, que me render às suas qualidades de escrita da crónica no estilo mais puro e simples que temos nos nossos dias. Os dois excelentes trabalhos de compilação que adquiri, não num lugar qualquer, mas numa livraria, impeliram-me à escrita deste comentário. Se eu tivesse tido a capacidade de os escrever, nunca permitiria que os mesmos fossem vendidos em hipermercados. Não sei bem porque digo isto, mas digo-o sentindo uma profunda nostalgia do tempo em que passava horas a fio a ler a lombadas de livros numa livraria que havia na minha rua em Lisboa. Tempos que já não voltam, mas que não esquecem.

Há muitos anos que leio as crónicas dele, muitas vezes com o fito de contestar, de acirrar a minha repulsa pelas suas ideias e opiniões sobre o “meu” Algarve“, mas de cada vez que leio a crónica ”E Ela Dança”, que retirei da Internet e tenho religiosamente impressa, reconheço que é uma sublime descrição, onde o ensaio se mistura com a poesia e a música de fundo é perceptível, só possível sair da pena de alguém dotado a quem me apetece até, desculpar os impropérios que se tem atrevido a dizer da minha cidade.

Os seus trabalhos na imprensa, principalmente aqueles de índole política, revelam-nos um homem arrogante e acutilante, mas é também um estilo que usa com bom senso, porque se revela informado na dose certa e na altura exacta, evitando opinar sem um profundo conhecimento da matéria em análise.

Consultei na Internet uma imensidão de opiniões sobre este escritor, utilizei todas as formas possíveis de consulta e até me poderão acusar de plágio de algumas das opiniões que li, mas é inquestionável que o sentimento constante é a rendição à qualidade, à simplicidade que nos oferecem os seus escritos, à forma simples com que personaliza todos os seus trabalhos.

Miguel Sousa Tavares é sem dúvida um dos melhores cronistas que podemos ler nos jornais dos nossos dias. “É preciso salientar contudo, que a opinião de pessoas como o Miguel, é extremamente fácil de conduzir, pelo menos é-o a partir da altura em que se tornaram, ou em que os tornaram vedetas. Basta tão só, digo eu, gerir a imagem e dizer mais de cinquenta por cento daquilo que as pessoas gostariam de ouvir, o resto do todo opinado, pode ser até disparatado e sem nexo, porque o essencial do truque já foi aplicado. Se juntarmos a isto, o facto de tais opiniões serem remuneradas, temos, senhores e senhores, os ingredientes bastantes de incentivo às tiradas mais difíceis”. Esta foi uma de entre as opiniões que li, mas é talvez aquela que melhor define, não o homem, porque esse está para além de qualquer comentário público que eu possa produzir, mas talvez a vedeta em que se tornou e que a meu ver não lhe melhorou em nada a escrita, restando-nos a consolação de também não ter piorado, isto é, o vedetismo não influenciou em nada a sua forma de estar com uma caneta na mão. Então que goze os frutos e malefícios de ser vedeta e continue dando-nos o prazer de ler. Ler, só ler, com aquele som de fundo que mais parece o rabiscar apressado de quem tem que dizer, antes que esqueça.

Ele consegue fazer o que poucos sabem, ser claro e incisivo, ousa frequentemente utilizar uma linguagem controladamente ofensiva, como o fez com Madail na TVI, mas também como poucos não se refugia no facto de ser uma estrela rejeitando a confrontação de ideias olhos nos olhos. No fundo, é o homem que comenta com realismo, com o cuidado de estar actualizado, fundamentando o seu comentário na sua vasta cultura geral e na sua fantástica percepção da situação e do momento.
Com convicção, ele é capaz de defender uma ideia, mesmo sabendo que pode ser aplaudido hoje e amanhã vaiado, isso não o impede de imprimir à escrita a melodia que é de facto o que de bom nos tem oferecido.

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PS: Mas o Livro, e como em tudo na vida há sempre um mas, hoje pode ser adquirido num hipermercado. Lá somos de imediato confrontados com uma imensidão de livros díspares, dispostos de forma indecorosa e atentadora da consciência que a leitura nos provoca. Nunca percebi muito bem porque razões se compram livros num hipermercado. Confesso que já comprei um, o de Cavaco Silva, mas fiquei, de facto, de imediato arrependido, penso até que esse sentimento se manifestou antes mesmo de chegar à caixa de pagamento. É que misturar livros com batatas e couves ainda não cabe nas mudanças de hábitos que tenho tido que operar na minha vida. Nunca mais comprarei nenhum, vou prometendo a mim próprio. A promessa resulta do facto de não o ter conseguido acabar de ler. Não que ele seja desinteressante, é mais porque o estilo não me agrada e o tema ainda menos, mas penso que o pior é a constante lembrança que o paguei ao mesmo tempo que um saco de batatas, couves, latas, cerveja, vinho etc. e tal. Livros compram-se na livraria e isso influencia a forma como leio. Porquê? Não sei!

“tiracolo-takeafoto”
Julho 2015
Há uns anos um paspalho que tiracola uma “takeafoto” arranjou um trinta e um com uma outra pessoa e moi. Sempre gostei imenso de sonhar e principalmente de acreditar nos sonhos e que eles um dia se tornarão realidade. Acordar era sempre o mais penoso, acabava-se o deleite. E acabou o deleite quando descobri tardiamente que em quem eu confiava mais não era que um vil encrencador, qual vizinha despeitada e que com a mão aberta ao canto da boca ia intrigando quem o ouvia atentamente mais fruto da sua encapotada vontade de aristocratizar a forma de estar numa sociedade que ele julga profícua. Deito fel? Pois deito, só deita quem inocentemente confia no vilão! Mas por isso não podemos acordar, não podemos abrir os olhos para ver o que está à nossa frente, ao espelho, porque a desilusão será grande. E foi. Ou não. Nem toda a gente é má, este “tiracolo-takeafoto” é. Eu procuro ser a melhor pessoa possível dentro do possível e aceitável e auto convenci-me que não sou nem a melhor nem a pior. Se sou diferente? Talvez! Finalmente acordo e dou por mim a pensar que sonhei, afinal com o “tiracolo-takeafoto” a enrolar o bigodaço e a rir para mim com as mãos na barriga como um perfeito aristocrata faria, tão do agrado da personagem é a forma de estar que até no rir no meu sonho os imita. Como se isso fosse possível, de mãos na barriga, mon dieu, um aristocrata!? Decididamente acordei, olho em volta e acabo num esgar de sorriso malfadado pelo desperdício do sonho sobre um certo ponto de vista, o da realidade, porque é disso que se trata. Carrego às costas há séculos este saco de batatas, grande, que pesa, por ter sentido enganado na minha confiança inocente. Mas não há mais nada a fazer. Tá fêto, tá fêto, há realmente gente muito boa por aí, não adianta esburacar, fazer barulho, mostrar o sorriso, porque não vou conseguir nada que já não tenha. Fúria! De ninguém. Resta-me ser feliz e acordar a sorrir para o novo dia.

Escrito em 2012 junho


  Vigarices, sim, mas pouco
  Não me causa qualquer tipo de constrangimento afirmar que me custa a 
  acreditar que com as ambições políticas que o Sócrates já tinha aquando 
  do caso FREEPORT, ela tenha aceite uns "mixurucas" 10 milhões de euros 
  para licenciar aquela merda.
  O fulano é mais esperto, e "expert", que isso meus amigos e ontem pela 
  TV defendeu-se à altura das bestas que o estão a acusar de ter recebido 
  luvas. 
  As bestas, ou não tanto, sei lá, ainda não se aperceberam que a haver 
  caso ele não está nas luvas e muito menos à dimensão que eles querem, 
  está na forma e nos meandros do licenciamento. É um caso de polícia? 
  Claro que não é!!! É mais um caso de porrada no lombo, ou então é caso 
  para não votar nele. 


O que nos une é o sentimento, seja ele de amor ou ódio, é sempre uma corrente.

quarta-feira, agosto 14, 2013

A resposta errada.

A propósito de uma intervenção minha na página do FACEBOOK da candidatura do Bloco de Esquerda às eleições autárquicas em Lagos. - "Nuno Pinto. Obrigado pelo seu comentário Acacg Makejeite. Obrigado pelas suas ideias de "marketing" político. Ficarão registadas na memória do "facebook" para mais tarde recordar. No futuro. Numa espécie de conotação à "Big Brother" de George Orwell. Cumprimentos." A propósito deste comentário, nunca li nada de G. Orwell porque nunca me interessou, é minha convicção de que um romance deve distrair e quando não me quero distrair, posso optar por me instruir, mas aí não opto por romances. Enfim pode ser uma opção ou convicção, tanto dá. Mas o que me confundiu nesta intervenção do Senhor Nuno Pinto foi a analogia desprovida de sentido de humor, de sentido critico inteligente e até de oportunidade, no sentido mais clássico que a palavra possa suscitar. Não argumento, discuto, sempre detestei argumentar com pessoas que revelem uma tendência para se mostrar mais eruditas que o que são, não as consigo entender, mas não me importo de falar sobre isso e até de dar opinião apesar de saber que normalmente se mantêm convencidas de forma inabalável. Li uma biografia acerca dele, o G. Orwell e desde logo constatei que foi um autor polémico e que carregou consigo teorias de difícil digestão. Há autores que me interessam, este nada. É citado à esquerda e à direita, mas há de facto uma área de opinião que adora citá-lo, a que dificilmente entenderá que a critica contida nos escritos dele, que assumo nunca ter lido, é construtiva e de análise cuidada. Errada? Não sei! Nunca o lerei! Mas sei que ele não era um socialista desiludido ele era uma pessoa convencida que o socialismo tinha sentido se fosse levado a cabo por outro tipo de pessoas, por uma outra forma de as colocar em prática, por ideias mais práticas e "temporalizadas". Quanto a este senhor, Nuno Pinto do Bloco de Esquerda de Lagos dificilmente entenderá que o socialismo tem uma aptidão mais vasta na política e que ultrapassa o provincianismo arcaico do partidarísmo obsoleto, que vai para além do restrito ideológico defendido por uma esquerda que ainda não se afirmou socialmente e que teima em se "anichar" num feudo perigoso de uma intelectualidade obscura. Ultrapassada! Eu cito o nome do Senhor porque ele é uma figura pública, candidato a um cargo na Câmara Municipal de Lagos, por um Partido Político, que respondeu a uma intervenção minha de uma forma que não me agradou enquanto eu andar a me informar de modo a me decidir em quem votar. Para as autárquicas voto nas pessoas, em projectos e abstraio-me das siglas partidárias, não lhe dou importância. Mas voto principalmente em ideias e o BE, a meu ver tem as ideias erradas e Lagos não precisa de mais erros. Não se chama burro a ninguém convencido que se pode passar desapercebido e que o alvo não entende eufemismos estúpidos.

sábado, julho 27, 2013

Cancro

Li ontem um texto de Helena Sacadura Cabral que me deitou abaixo. Falava em poucos linhas do cancro, da mãe e do filho Miguel. Eu gosto de lê-la. É acutilante, incisiva sem rodeios e não usa palavras de que não sabemos verdadeiramente o significado. Mas falar assim sobre o cancro do filho, meu deus que coragem. A minha irmã morreu de cancro e eu acompanhei-a a par e passo, a minha mãe morreu de cancro e eu ia quase todos os dia vê-la a Faro e foram muitos anos, o Jorge o meu querido amigo morreu de cancro, estive com ele no dia em que morreu, a minha prima vai morrer de cancro, eu tenho medo do cancro e não tenho coragem para o abordar assim. Criei uma carapaça entre mim e o cancro que bem sei que é ténue, basta um estalar de dedos para ela se rasgar, mas eu não consigo conviver com ele mesmo depois de ele ter rodado o filme debaixo dos meus queixos e durante tanto tempo. Não sei se é deus que os leva se são eles que vão ter com ele sei, nem sei sequer para onde vão, sei que quando se vão deixam a quem cá fica uma sensação de alivio indescritível. Aquele sofrimento horrível terminou, enfim!!!

quarta-feira, julho 10, 2013

"O bolivarianismo"

A tentativa de implantar "O bolivarianismo" como ideologia politica e de funcionamento de um estado é justa, mas acarreta consigo algumas consequências de interpretação, para já o cariz de "radical de esquerda" a roçar o comunismo pode trazer desde logo problemas estruturais às sociedades envolvidas. Seria lamentável. De acordo com o que sei ela baseia-se nas posições assumidas por um militar de nome Simon Bolivar que tinha a justiça social e a plena democracia como lema de acção. A exemplo na  Venezuela a Justiça Social não é justa quando o poder faz uma nítida separação entre apoiantes e não apoiantes e faz até bandeira dessa separação. A esmagadora maioria dos países da América Latina advoga-a e quer adoptá-la mas não lhe toma o gosto porque ao poder só parte da teoria interessa. É o radicalismo acerbado a prevalecer, tanto do lado do sim como do não. O "Fascismo" sofria do mesmo mal. A Venezuela assumiu-se como precursora e auto denominam-se "bolivarianos", Republica Bolivariana da Venezuela. A "Carta de Jamaica", o Discurso de Angostura e o Manifesto de Cartágena, entre outros documentos que o advogam são os documentos que impulsionaram alguns estados a seguirem a ideologia e a abertamente se designarem de "bolivarianos". É no fundo um "movimento" e não uma teoria de regime. Um dos lemas principais é o repudio à intromissão estrangeira nas nações americanas e a negação do controlo da economia por entidades não estatais estão na primeira linha dos parâmetros a seguir, mas, e no entanto entre eles há não dominadores comuns. A Proposta da "Carta de Jamaica" (salvo erro já que não a conheço) para a união dos países latino-americanos é a parte mais complicada da implementação da teoria bolivariana, logo aí está um óbice e à cabeça o Brasil, ao regime bolivariano. Estas teorias de regime têm sempre o enorme problema de carregarem consigo um rol de acções que impossibilita a união de facto.

segunda-feira, julho 01, 2013

Facebook versus mentirosos.

Este fim de semana, numa daquelas conversas giríssimas à beira de água na praia, enterrando os pés na areia e voltando a trazê-los para cima, torcendo o pescoço até doer só para ver um bikini mais arrojado, ou até as maminhas bambaleantes que nos passam em frente do nariz, um amigo dizia que não tinha facebook mas achava o espaço um asco onde só se discutia futilidades e a privacidade de cada um era invadida de forma indecorosa. Logo na primeira abordagem decidi não retorquir, aquele espaço de tempo do meu dia estava a ser tão agradável que nada o iria estragar, nem sequer a opinião estúpida duma pessoa que se diz não useiro no facebook mas sabe demais acerca dele, continuou na verborreia, dizia, a fulana de tal, e dizia o nome, está sempre a chatear com melequices, o outro é um ordinário diz palavrões e põe pontinhos, as fotos de família são horríveis, as musicas pimba abundam, os anúncios de eventos, dar os parabéns via facebook é uma má criação  dizia ele e continuo quase até ao rubro. A página tantas, um outro amigo também presente na roda de conversa à beira mar plantados pergunta-lhe, ó pá sabes, eu tenho facebook e todos os dias lá vou pelo menos à noite, e não dou por nada disso, como é possível tu saberes coisas que se me escapam? O anti-facebook, respondeu meio atrapalhado que era a mulher, está no facebook ao lado dele, na sala. E a conversa continuou versando temas relacionados com a informática a evolução, os tablets, os Ipad's, os computadores em geral, nisto, para espanto geral dos intervenientes na conversa, o anti-facebook diz assim, "acho que vou comprar um portátil, os meu desktop já está desactualizado e quando o quero usar a minha mulher está lá". O amigo esqueceu-se de que tinha dito acompanhar o Facebook pela mulher, na sala, não falou em portátil, está certo mas de que outra forma ele poderia acompnhar via mulher. Confrontado atrapalhou-se mas não cedeu. A mim, quando me perguntam se uso o Facebook, eu respondo, "claro". Ele há coisas inexplicáveis.

quarta-feira, junho 26, 2013

O Papa disse...

Penso que este Papa tem dito coisas muito simples mas de uma enorme importância para as relações entre as pessoas. Aí é que está a continuidade, a evolução e este Papa tem a percepção exacta das relações humanas por esses países fora. Ele tem uma visão correcta da continuidade da humanidade. Há dias numa reunião com crianças disse que não se pode viver sem amigos e eu penso que perante a magnitude desta opinião a Igreja deveria fazer um esforça para não criar mais inimigos.