segunda-feira, abril 01, 2019

Junho de 2005

Lagos Anos 60 - Lapa, Bravo, Palolo e Cutileiro

Fui á exposição dos "quatro magníficos", Bravo, Lapa, Palolo e Cutileiro.

O Bravo. Descrever o Bravo está de facto fora dos meus projectos literários. É uma figura de tal riqueza humana que eu não teria palavras para o descrever. Recordo-me das inúmeras tardes no Snack-bar abrigo em que ia chegando um e outro, adolescentes e não adolescentes e todos tinham uma palavra para o Bravo. Sempre vestido em tons de castanho com umas calças de ganga, recordo-me. Sempre com uma palavra de entendimento para os problemas que partilhávamos com ele. Sempre uma história para contar. Por muito que Lagos faça numca o engrandecerá tanto como ele nos engrandeceu a nós. Os amigos dele. Um dia chegou ao pé de mim e disse-me para eu ir lá a casa com a Zézinha. Eu tinha-lhe feito umas esquadrias para as telas. Era um quadro que nos queria oferecer por ter sentido que a Zezinha tinha ficado apaixonado por ele. Há tempos esteve em minha casa um negociante que me ofereceu uma quantia de arregalar os olhos. A zézinha nem lhe olhou para a cara. E eu continuo com a minha sala “abrilhantada” com um Bravo, e continuarei. Por muito dinheiro que me ofereçam. O Bravo é uma recordação de que eu preciso.

O Lapa. Foi meu professor, ele e a Lena, mas as recordações são vagas. Nunca apreciei muito a sua pintura, apesar de adorar as recordações das suas prelecções sobre arte, e não só. Depois que ele se mudou para o Porto nunca mais o vi. Mas tenho pena porque sempre achei que era alguém cuja inteligência estava deslocada do tempo em que vivia. Gostei de rever alguns dos quadros que lhe decoravam a casa em Lagos. Gostei principalmente de ver um que me fez recordar o tempo do Golégio na Rua da Igraja de S. Sebastião.

O Cutileiro. Não é arte que me desperte a atenção, também é pessoa que não me faz deslocar a lado nenhum para ver a sua obra. Será pelo que lhe ouvi dizer acerca de Lagos numa entrevista que lhe fizeram poucos anos depois de se ter mudado para Évora? Não sei, mas apesar de ter privado com eles umas quantas vezes, na casa dele nas freiras, apesar de achar que ele é, ou era, muito melhor fotografo que escultor, não é pessoa de quem goste, muito menos da sua obra.

O Palolo. Conheço-lhe serigrafias com qualidade, de resto mais nada. E não tenho pena, pelo que vi e na busca que fiz na net, fiquei convencido.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Comentários