sábado, julho 27, 2013

Cancro

Li ontem um texto de Helena Sacadura Cabral que me deitou abaixo. Falava em poucos linhas do cancro, da mãe e do filho Miguel. Eu gosto de lê-la. É acutilante, incisiva sem rodeios e não usa palavras de que não sabemos verdadeiramente o significado. Mas falar assim sobre o cancro do filho, meu deus que coragem. A minha irmã morreu de cancro e eu acompanhei-a a par e passo, a minha mãe morreu de cancro e eu ia quase todos os dia vê-la a Faro e foram muitos anos, o Jorge o meu querido amigo morreu de cancro, estive com ele no dia em que morreu, a minha prima vai morrer de cancro, eu tenho medo do cancro e não tenho coragem para o abordar assim. Criei uma carapaça entre mim e o cancro que bem sei que é ténue, basta um estalar de dedos para ela se rasgar, mas eu não consigo conviver com ele mesmo depois de ele ter rodado o filme debaixo dos meus queixos e durante tanto tempo. Não sei se é deus que os leva se são eles que vão ter com ele sei, nem sei sequer para onde vão, sei que quando se vão deixam a quem cá fica uma sensação de alivio indescritível. Aquele sofrimento horrível terminou, enfim!!!

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