domingo, março 31, 2019

“tiracolo-takeafoto”
Julho 2015
Há uns anos um paspalho que tiracola uma “takeafoto” arranjou um trinta e um com uma outra pessoa e moi. Sempre gostei imenso de sonhar e principalmente de acreditar nos sonhos e que eles um dia se tornarão realidade. Acordar era sempre o mais penoso, acabava-se o deleite. E acabou o deleite quando descobri tardiamente que em quem eu confiava mais não era que um vil encrencador, qual vizinha despeitada e que com a mão aberta ao canto da boca ia intrigando quem o ouvia atentamente mais fruto da sua encapotada vontade de aristocratizar a forma de estar numa sociedade que ele julga profícua. Deito fel? Pois deito, só deita quem inocentemente confia no vilão! Mas por isso não podemos acordar, não podemos abrir os olhos para ver o que está à nossa frente, ao espelho, porque a desilusão será grande. E foi. Ou não. Nem toda a gente é má, este “tiracolo-takeafoto” é. Eu procuro ser a melhor pessoa possível dentro do possível e aceitável e auto convenci-me que não sou nem a melhor nem a pior. Se sou diferente? Talvez! Finalmente acordo e dou por mim a pensar que sonhei, afinal com o “tiracolo-takeafoto” a enrolar o bigodaço e a rir para mim com as mãos na barriga como um perfeito aristocrata faria, tão do agrado da personagem é a forma de estar que até no rir no meu sonho os imita. Como se isso fosse possível, de mãos na barriga, mon dieu, um aristocrata!? Decididamente acordei, olho em volta e acabo num esgar de sorriso malfadado pelo desperdício do sonho sobre um certo ponto de vista, o da realidade, porque é disso que se trata. Carrego às costas há séculos este saco de batatas, grande, que pesa, por ter sentido enganado na minha confiança inocente. Mas não há mais nada a fazer. Tá fêto, tá fêto, há realmente gente muito boa por aí, não adianta esburacar, fazer barulho, mostrar o sorriso, porque não vou conseguir nada que já não tenha. Fúria! De ninguém. Resta-me ser feliz e acordar a sorrir para o novo dia.

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